segunda-feira, 3 de junho de 2013

alterações foram feitas num Voyager VR-9090

MODIFIQUE UM RÁDIO FAIXA DO CIDADÃO PARA OPERAÇÃO QRP EM 24 E 29 MHz
Texto e fotos: Ademir Freitas Machado - PT9AIA/PX9D-1200
 
            "Vixi! Agora estão incentivando a pirataria?". Calma leitores! Os piratas já estão lá há mais de 30 anos! Qualquer "botina branca" de rádio PX conhece, e fatura alto, com estas modificações. Simplesmente divulgamos conhecimento técnico, que deverá ser colocado em prática apenas por Radioamadores classe A ou B, os únicos autorizados a operar nestas duas bandas. Portanto, que fique bem claro: Nem o autor, nem este blog se responsabilizam por qualquer dano em seu aparelho advindos dessa modificação ou por sansões legais por parte da ANATEL.

            Fabricados na China e vendidos em qualquer loja de eletrônicos, os atuais aparelhos Faixa do Cidadão são multicanais, possuem freqüêncímetro digital, operam em AM, FM, SSB e CW e, normalmente, abrangem boa parte da faixa dos 10 metros. Confiram: vá até 28.305 em dia de propagação aberta. Tem rodadas de clandestinos alí e há anos, sem que alguém tenha conseguido removê-los de lá (função da ANATEL...).
            Estes aparelhos tem algo em comum: um chassi padrão, no caso analisado aqui, o modelo é o EPT-360014B. Ele é comum nos Voyager, Alan, Cobra 148 GTL EX+, Galaxy Pluto, Ranger e outros desconhecidos que de vez-em-quando aparecem no mercado. O transceptor pode estar dotado de freqüencímetro, câmara de éco, etc, mas a placa de circuito impresso é a mesma. No nosso caso, as alterações foram feitas num Voyager VR-9090.
            DUAS MANEIRAS DE MODIFICAR CANAIS
            Existem duas maneiras de se abranger a parte superior dos 10 metros e conseguir os 12 metros neste aparelho: uma é trocando o cristal original, de 14.010 MHz (que abrange de 25.615 a 28.315) e a outra, obviamente, alterando o circuito em torno do PLL, um MC 145106.
            Os Voyager e Galaxy Pluto lançados há uns 10 anos atrás, vinham com um cristal de "banda alta", (14.460 KHz) chegando aos 28.745 MHz. Perde-se alguns KHz na parte inferior, mas para quem quer operar nos 10 metros, é vantajoso. Não é necessário nenhum ajuste em bobinas. Mas atenção: cristais especialmente cortados sob encomenda para 14.460 KHz às vezes não funcionam. O ideal é encontrar um cristal em algum aparelho sucateado.
            O SEGREDO DO PLL
            Como acontece com a maioria dos circuitos PLL, pode-se alterar seu funcionamento aterrando ou alimentando certos pinos. Cuidado nesta parte: um deslize e tem-se em mãos um "finado" PLL.
            O MC 145106 (IC-5) tem o pino 10 ligado ao pino 13 de um MC 14008 (IC-7). Veja a figura abaixo, onde temos uma parte do esquema do Voyager VR-9090 (e clones). Aqui temos duas possibilidades:
            a) Interrompendo o pino 10 do PLL, que vai ao pino 13 do IC-7, teremos de imediato acesso à banda de 12 metros, que neste caso fica assim:
            Banda B: Canal 1=24.785 KHz; Canal 40= 24.995. As outras bandas ficam "bagunçadas", perdendo-se inclusive boa parte dos canais normais. Portanto, só modifique seu aparelho se você for mesmo Radioamador e quer operar QRP nos 12 metros...
            b) Alimentando o pino 10 do PLL (depois de interrompida a trilha, é claro!), temos aqui a parte de fonia dos 10 metros, que fica desta maneira:
            Banda D: Canal 26= 28.545 KHz; Canal 40= 28.685 KHz.
            Banda E: Canal 01= 28.695 KHz; Canal 40= 29.135 KHz.
            Banda F: Canal 01= 29.145 KHz; Canal 40= 29.585 KHz.
            Vejam as fotos para maior entendimento.


Identificação dos pinos do PLL MC-145106 (extraído do datasheet da Motorola)

BULINDO NO PLL
            Em todas as modificações do PLL, é necessário interromper a trilha do pino 10 do MC 145106, que vai ligado ao pino 13 de IC-7. Note pelo chapeado e detalhe da foto, que na face cobreada do circuito impresso, aparece uma interrupção da trilha. Não se engane. No lado dos componentes, há um jumper, bem debaixo de IC-7, cuja pontinha aparece debaixo do circuito integrado, fazendo a ligação direta entre os dois pontos. Dessolde ou corte com um alicate o jumper. Tem-se então os 24 MHz à disposição. Observe que IC-7 está praticamente debaixo do seletor de canais.
            Na segunda modificação, temos que - também - interromper a ligação entre o pino 10 do PLL e o pino 13 de IC-7. Quando falamos em alimentar o PLL, significa basicamente injetar uma tensão de 8,5 volts aproximadamente no pino 10, e isto através de um resistor de 1,5 kW. Veja na foto o ponto que escolhemos para retirar a tensão. Observe que deve haver tensão tanto na transmissão como na recepção.
            No caso do Voyager VR-9090, retiramos o módulo do freqüencímetro para ter melhor acesso ao jumper.


Nesta foto, observe o resistor de 1k5 ligado na extremidade da trilha que vai ao pino 10 do PLL e a um ponto onde temos 8,5 volts. Veja também que há uma ponta de trilha sem ligação. O jumper está do outro lado da placa (deve ser retirado). Modificação para 10 Metros.
Para facilitar, observe a linha branca: é aí que ficava o jumper no lado dos componentes. Cuidado: em todas as modificações, ele deve ser retirado!


Parte do esquema "genérico" mostrando as ligações do PLL.
Nesta foto, o PLL e o módulo do freqüêncímetro levantado. O jumper está bem debaixo do seletor de canais, mas dá para acessar a pontinha dele. Corte-o.
Nesta outra foto, vemos o PLL em destaque. Não aparece nem o jumper e nem o IC-7, que fica escondido debaixo do seletor de canais.
Máxima freqüência em 10 metros: 29.585 KHz.

Só para relembrar: o Voyager VR-9090 não é (e nunca será...) certificado pela ANATEL. Portanto, modificado ou original, seu uso é proibido por parte dos PX. Os radioamadores podem usá-los e modificá-los para suas próprias bandas, mas só Deus sabe o que se passará na cabeça de um fiscal da ANATEL quando ele chegar em seu QTH e deparar com um “brinquedinho” desses sobre a mesa, mesmo que você seja um radioamador classe A...
 
PS: Se você usar um cristal de 14.460 original, retirado de um outro rádio PX, você terá de 28.000 até 28.765 KHz. Cristais “cortados” para essa frequência costumam não funcionar.

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