Eu tinha um dipolo para 40 metros em V
invertido, com duas vezes 10,25 metros de fio de cobre de 2,5mm2 de
secção. Resolvi transformá-lo em uma W3DZZ para poder funcionar também em 80
metros.
Essa antena equivale a um simples dipolo em
40 metros, pois os traps equivalem a um isolador (circuito LC paralelo na
ressonância=impedância infinita). Em 80m, ela equivale a um dipolo encurtado
com bobinas, pois nesta banda, os traps estão abaixo da ressonância e
apresentam portanto uma reatância indutiva.
Como não havia espaço suficiente para prolongar
diretamente as pernas do V do
dipolo de 40, fiz uma montagem em W (ou seria um M ? . Depende do ponto de
vista, hi hi...), ligando os traps e os fios de 5,1
metros na ponta do V original para 40 m, mas seguindo outra direção, como pode ser visto nas figuras
e foto seguintes:
A figura seguinte mostra a parte ativa da
antena, como 3 vistas, feitas no MMANA:
Os traps (circuitos LC ressonantes
paralelos), assim como a antena como um todo, foram calculados com o MMANA,
de acordo com o espaço físico disponível, de forma a não gastar mais de 5,5
metros de fio para a extensão de 80 metros.
A simulação, feita por tentativa-erro,
permitiu determinar as características dos traps: 20,4 µH e
24,6 pF.
O numero de espiras, baseado na indutância
desejada e nos diâmetros da forma e do fio, e da espessura do isolante do fio,
também foi calculado com o MMANA, como mostra a figura seguinte:
A indutância de 20,4 µH foi feita sobre um tubo
em PVC de 40
mm de diâmetro externo, com 41 espiras de fio de cobre
isolado de 1,5 mm2 de secção. O enrolamento todo, com espiras sem espaçamento, ocupa
11,2 cm, como pode ser visto na foto seguinte. O tubo de PVC tem 16 cm de
comprimento:
O capacitor de 24 pF
foi feito com um pedaço de cabo coaxial, que pode ser visto na foto anterior.
Ele tem a blindagem ligada em um lado da bobina. O condutor interno, da outra
ponta do cabo, é ligado ao
outro lado da bobina. O cabo é colocado dentro da bobina. A foto seguinte
mostra os detalhes:
Ajustes:
1 - Primeiro deve ser feito o ajuste
do dipolo para 40m, sem os traps e fios para 80m.
2 - O ajuste fino da freqüência de ressonância
em 7,1 MHz dos traps é feito cortando aos poucos parte da
blindagem do capacitor coaxial e verificando a ressonância com um grid-dip
meter, sem mais nenhum fio ligado nos traps. No meu caso, deve ter ficado com
aproximadamente 19 pF, pois ficou com uns 18 cm de blindagem (102 pF/m para o cabo
usado, um RG58). Essa redução em relação ao valor teórico de 24 pF se deve
à capacitância entre espiras da própria bobina.
3 - O ajuste fino da freqüência de ressonância
da antena em 80 metros é feito ajustando-se o comprimento dos fios apos os
traps: iniciei com 5,5 metros, e cortando aos poucos em cada um, finalizei em 5,1 metros, para
ressonância desejada de 3,7 MHz.
Observações:
As figuras seguintes mostram o
comportamento teórico da ROE (SWR) da antena, em 40 e 80 metros, calculado pelo
MMANA:
É claro que em 80 metros, a banda passante
é estreita, pois nesta faixa, a antena equivale a um dipolo encurtado com
bobinas. (em 80m, os traps se comportam como simples indutores). Mas um
sintonizador de antenas permite operar em toda a banda, sem problemas.
É óbvio que a antena pode ser montada de
outras maneiras, por exemplo toda reta, o que é melhor, ou qualquer outra, de
acordo com o espaço e formas de sustentação disponíveis. De qualquer forma,
deverá ser feito um ajuste fino para obter cada uma das freqüências de ressonância
desejadas.
73 e bons DX !
Nenhum comentário:
Postar um comentário